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A diferença entre o "sábio" e o "coitadinho"...
A diferença entre o "sábio" e o "coitadinho"...

A diferença entre o “Sábio” e o “coitadinho”…

É verdade que um estado depressivo é um estado de dor e desespero latentes….no entanto uma pessoa com depressão acha-se uma coitadinha, uma vítima, uma desgraçadinha, um rótulo que a pessoa coloca sobre si mesma.  Como se o mundo conspirasse contra si, como se nada  mais de bom ou positivo possa acontecer na sua vida.  A pessoa ainda não percebeu que a dor, é um grito de alerta subconsciente, e é um aliado ao crescimento e quais são os padrões internos que tem de ser resolvidos que despoltam o sofrimento.

“Síndrome do coitadinho.”

Também já sofri de depressões e do “síndrome da coitadinha” era sem dúvida uma forma de me desresponsabilizar pelo meu crescimento e pela minha vida. A pessoa depressiva é uma pessoa que acha que o mundo não presta, todos são monstros ou que Deus é injusto e que todo o mundo se virou contra a pessoa, então limita-se à sua especialidade, ver defeitos e negatividade em tudo o que a rodeia. Também já tive depressões e sei perfeitamente como o drama funciona…enquanto decidi ser a coitadinha, aquela que todos tinham pena e davam palmadinhas nas costas e diziam “coitadinha sofres tanto, estás com depressão, coitadinha…”…inconscientemente era isso que eu alimentava, ser a coitadinha…como não conseguia que me dessem atenção pelas coisas boas, por eu própria não acreditar que existiam, o meu inconsciente criou a vitimização, o drama, a desgraçadinha como uma forma de me dessem algum carinho, e aconchego…mas claro que não resulta, todos sabemos uma pessoa negativa suga a energia dos outros e é difícil alguém alimentar este abismo emocional. No fundo o que precisava era mesmo amor e essa foi a única saída que o meu vazio encontrou para conseguir alguma atenção, no entanto fui obrigada a ter de me render às evidências, este não é um método viável e a vida encarrega-se de pregar as partidas que precisamos para abrirmos os olhos e decidir libertar a resistência à mudança.

Que tipo de pessoa queremos tatuar na memória dos outros?

Um dia dei por mim a contar a pessoas que haverá conhecido, todos os meus dramas, desgraças, dores….e no momento um pensamento assaltou-me a mente “…que estás tu a fazer????? Estás agora a conhecer esta pessoa e estas a dar a imagem de ti como se tudo fosse mau e negativo….como se nada de bom existisse…como é que queres que alguém queira estar ao pé de ti se o que tens para dar é só má onda, baixa energia…já basta os dramas que cada pessoa tem quanto mais estares aqui “a viver no agora, o sofrimento de algo que já nem sequer existe, é passado…estás a contaminar o momento do “agora” com coisas negativas e podias estar a estabelecer, com essa nova pessoa, uma amizade que alimentasse coisas positivas, boas, para que ambos se sentissem bem”. Para que seja possível dar inicio à mudança é necessário começar por esvaziar o recipiente interno.

A nossa inspiração interior.

Tive nesse momento, como se fosse uma inspiração, que não me curou mas foi o início de um maravilhoso despertar e perceber porque nos sentimos afundar, um percurso de auto-conhecimento e auto-consciencialização que me tornou mais atenta e observadora de mim mesma. Comecei também a estudar o comportamentos das pessoas, comparando as que me faziam sentir bem e as que me faziam sentir mal, a perceber o que cada uma tinha e tentar perceber o que há em nos que cria bem estar a nos e aos outros e assim desenvolver com pessoas de bebé essas características. Todo este processo foi como uma bola de neve, em que o segredo era a observação neutra (sem avaliações, julgamentos, apenas perceber) quer dos comportamentos, quer das reacções (minhas e dos outros). A pouco e pouco fui entendendo que por mais dramas que eu tivesse na vida, já bastava o momento em que os vivi…porque vive-los de novo a cada instante e porque passar toda essa negatividade para os outros??? Percebi que nada nem ninguém me podia mudar a minha dor, só eu mesma…fosse de que maneira fosse, mesmo se tivesse ajuda de alguém, um terapeuta, leitura, cursos de PNL (programação neuro-linguística) ou workshops de inteligência emocional, o trabalho era todo meu. E decidi que os amigos podem ser para falar de coisas que passaram mas não temos que lhes passar toda a negatividade que temos dentro porque isso faria que em vez de um deprimido ficavam dois. Por isso dizemos às vezes que quando precisamos, os amigos não estão lá…a realidade é que a maioria das pessoas não tem estrutura interior para lidar com a dor dos outros, hoje em dia eu percebo isso claramente e não condeno.

Os amigos não são lixeiras emocionais.

É compreensível que muitos de nós sintam a necessidade de descarregar tudo em cima dos amigos, no entanto usar os amigos como uma lixeira emocional é uma atitude de quem não acredita que haja outra forma de aliviar a sua dor, no entanto tenham atenção porque os amigos são muito mais do que contentores das nossas “lixeiras emocionais”. Claro que os amigos podem ser elementos fundamentais no nosso crescimento e na nossa compreensão superior da vida mas isso não significa que tenhamos de massacrar os outros com as nossas negatividades. É fundamental cada pessoa saber libertar-se da negatividade e a resolver as suas próprias questões e responsabilizar-se pela sua própria cura interior. Para descarregar existem os psicólogos e terapeutas adequados para o efeito. Os amigos são para conversar sobre o crescimento interior que se conseguiu ter com os dramas, uma partilha que ajuda o outro a compreender melhor como superar situações difíceis, mas jamais devemos tornar os amigos  em muros de lamentações.

O egoísmo mata a amizade.

Nós, seres humanos somos demasiado egoístas, só estamos preocupados em que os outros nos entendam e pouco nos preocupamos em entender o “outro”. Contra mim falo, é algo que tento ir aprendendo à medida que me torno um ser mais consciente. Dizemos sempre que o mal está “nas pessoas” nunca nelas próprias, e como toda a gente diz que o mal está “nas pessoas”, afinal o mal está onde??? A tendência é perder demasiado tempo a ver o que o outro tem e faz de mal, o tempo que se perde a criticar os outros seria muito mais útil se o despendêssemos a fazer algo útil para a sociedade e para nós mesmos.

O que, normalmente, denominamos de “problemas” pode tornar-se num poderoso potencial.

Voltando às questões da depressão…o coitadinho é aquele que a sua atenção está apenas focada no que não interessa, no miudinho, no defeito, no mal, na desgraça, na dor. O sábio é aquele que utiliza todos os acontecimentos como trampolim de aprendizagem para fazer grandes realizações e para marcar o mundo pela positiva. Por exemplo, os grandes centros de recuperação de toxicodependentes foram criados por ex-toxicodependentes, que antes se sentiam e eram vistos como o lixo da sociedade e agora são seres poderosíssimos, com uma força interior e sabedoria de vida que muitos de nós não temos. Pessoas que tiveram filhos que morreram com doenças graves, em vez de ficarem a ralhar com todos os “Deuses” e mais alguns usaram a sua dor como uma experiência positiva e assim criaram associações para ajudar outros pais a superar a dor na sua vivencia em situações semelhantes. Mulheres vitimas de violência domestica criaram refúgios para outras mulheres na mesma situação. Mães solteiras que não foram apoiadas criam centros de mães solteiras e assim por diante…esta é a diferença entre os coitadinhos e os sábios e cabe a cada um usar a sua dor da forma que achar melhor para si…e se decidir continuar a ser o coitadinho, pois também está certo….é a sua escolha e todos temos de respeitar. Este é um processo trabalhoso que o ajuda a confiar em si e na vida e a acreditar que todos os desafios são fontes de poder e crescimento.

Texto original de Love Dolhpin para o site www.tratamentodadepressao.org